FAQ´s


O que são campos eléctricos, magnéticos e electromagnéticos?
Campo magnético é a região do espaço onde se fazem sentir as acções magnéticas de um íman ou de uma corrente eléctrica, já o campo eléctrico é a região do espaço onde se manifesta a acção das cargas eléctricas. O campo electromagnético é quando os dois campos se juntam, o magnético e o eléctrico.


Quais os valores permitidos/máximos para os campos magnéticos e eléctricos?
Para os campos magnéticos, o valor máximo é de 83,33 µT, e para os campos eléctricos o valor máximo é de 4,17 KV/m, isto para o público em geral. Para a população ocupacional o valore máximo de campo magnético é de 416,67 µT, e para o campo eléctrico o valor máximo é de 8,33 KV/m, estes valores são referidos pela OMS.


O que é a Organização Mundial de Saúde (OMS)?
A Organização Mundial de Saúde, OMS, é o organismo das Nações Unidas para as questões de saúde, e foi criada com esta em 1948.É a patente máxima da saúde mundial.


A legislação portuguesa cumpre as recomendações internacionais sobre a limitação pública aos campos magnéticos?
Desde 2004 que cumpre as recomendações da OMS e da Comunidade Europeia.  


Que riscos para a saúde pública podem resultar da exposição aos campos electromagnéticos das linhas de Alta Tensão?
Segundo a OMS, no que diz respeito ao campo magnético só valores acima de 500 µT podem ter algum efeito sobre o sistema nervoso, mas mesmo nas piores condições o campo magnético das linhas de Muito Alta Tensão não ultrapassa os 30 µT. Quanto ao campo eléctrico, a OMS considera que só
há efeitos sobre o sistema nervoso acima dos 10 kV/m, o que só é possível de atingir muito perto dos condutores de Alta Tensão.


As linhas de Alta Tensão são a principal fonte de exposição pública aos campos magnéticos?
Na sua proximidade, em geral são. Porém, os circuitos de Baixa Tensão residenciais e os electrodomésticos também nos expõem a campos magnéticos, que em geral não ultrapassam, em média, 0,1 µT.

Que relação têm os campos electromagnéticos das linhas de Alta Tensão com a radioactividade?
Nenhuma. Os campos electromagnéticos gerados pelos condutores de energia eléctrica, pelo contrário, têm Extremamente Baixas Frequências (EBF) e por isso não são ionizantes, sendo incapazes de alterar ADN. O quase estático campo magnético da Terra, que é aliás muito mais intenso que o gerado por qualquer linha portuguesa de Alta Tensão, até nos protege dos efeitos cancerígenos da radiação cósmica e das partículas de alta energia dos ventos solares, desviando-as para os pólos.

O ruído emitido pelas linhas de Alta Tensão é uma manifestação de radiações?
Não. Mesmo junto aos condutores das linhas de Muito Alta Tensão, quando há irregularidades na sua superfície, resultantes da acumulação de poeiras ou gotas de chuva ou nevoeiro, o campo eléctrico das linhas pode ionizar as moléculas de ar, que é o que causa o ruído referido. Esse campo decai muito rapidamente com a distância à superfície dos condutores e, por isso, essa ionização só ocorre numa fina coroa de ar em torno dos condutores, razão por que o fenómeno é conhecido como “efeito coroa”. A partir de alguns centímetros de distância da superfície dos condutores já não há ionização. O ar ionizado pelo efeito coroa nas linhas de Muito Alta Tensão mistura-se depois com o outro e pode ser levado pelo vento até alguns quilómetros de distância.

Que medidas de precaução têm sido tomadas noutros países relativamente à exposição aos campos magnéticos?
A esmagadora maioria dos países comunitários adoptou a recomendação do Conselho Europeu de1999 de se assumirem os limites recomendados pela OMS em 1998, mas poucos o puseram na lei como Portugal e, fora da Europa, são raros os países que adoptaram esses limites e mudaram alguma coisa, com excepção da China e do Japão.
Porém, em caso algum se adoptou aí uma política generalizada de enterramento das linhas, sendo a medida mais vulgar a de aumentar as distâncias das novas linhas a residências e sobretudo a escolas, a de criar corredores para as novas linhas com construção interdita e largura variável.

Por que é que não há linhas de Alta Tensão nas zonas residenciais dos ricos?
O que não há é zonas residenciais de ricos onde há linhas de Alta Tensão. Isto acontece porque as grandes concentrações destas linhas são nos subúrbios das cidades, onde passam a caminho das Subestações que alimentam as cidades e zonas industriais, e os ricos não vivem nesses subúrbios.

Enterrar as linhas de Alta Tensão resolve o problema da exposição pública aos seus campos magnéticos?
Só parcialmente. O campo magnético a que se está exposto na proximidade de uma linha aérea é proporcional à distância entre os respectivos 3 condutores de fase, e inversamente proporcional ao quadrado da nossa distância média à linha. Quando uma linha de Alta Tensão é substituída por um cabo subterrâneo, neste os 3 condutores de fase estão mais próximos uns dos outros, mas em contrapartida o seu conjunto está muito mais próximo da superfície do solo do que o da linha aérea. 

 
Que custo tem enterrar as linhas de Alta Tensão?
Numa linha aérea, o isolamento é realizado essencialmente pelo ar. Num cabo subterrâneo o isolamento é feito por plásticos, sendo o respectivo fabrico muito delicado para as muito altas tensões.
Por este motivo, o custo dos cabos subterrâneos cresce em flecha com a tensão para que são projectados, razão por que geralmente não são usados acima de 60 kV, ou seja, nas redes de transmissão como a da REN.
Para tensões como os 220 e os 400 kV, um cabo subterrâneo custa, por km e respectivamente, cerca de 6 e 10 vezes mais que uma linha aérea da mesma tensão.

Há alternativas técnicas e baratas ao enterramento das linhas de Alta Tensão que reduzam a exposição pública aos seus campos magnéticos?
Efectivamente há. Em primeiro lugar, a montagem dos 3 condutores de uma linha em trevo invertido emite sempre menos campo magnético do que a montagem em esteira horizontal, ainda que isso não seja usual nas torres de sustentação das linhas usadas na Muito Alta Tensão.
Há depois outras medidas ainda mais eficazes. A primeira e mais barata é, no caso de se usarem linhas duplas, a escolha adequada da geometria dos apoios e a optimização da sequência de fases dos condutores. Esta optimização pode reduzir o campo magnético emitido a uma fracção do que existe sem ela, e a distância de interdição a menos de metade, mas tem ser feita para toda a linha, do seu início ao fim.
Uma segunda medida a adoptar pontualmente em linhas de muito alta tensão, é o desdobramento de cada um dos seus 3 condutores em dois, com geometrias optimizadas e torres de apoio especiais para esse desdobramento e que, sendo uma solução mais complexa e cara que a anterior, é ainda mais eficaz que a anterior e pelo menos dez vezes mais barata que o enterramento, embora também nem sempre seja possível ou suficiente.

Que recomendações faz a OMS aos políticos relativamente à exposição pública aos campos magnéticos das linhas de Alta Tensão?
No seu documento publicado em Junho de 2007, a OMS começa por recomendar às forças políticas que adoptem os guias internacionais sobre a limitação da exposição pública e dos trabalhadores aos campos magnéticos, o que Portugal já realizou em 2004.
No fundo, o que a OMS recomenda aos responsáveis políticos é que mostrem sensibilidade aos medos dos cidadãos, quer mostrando empenho fiscalizador, quer esclarecendo, quer promovendo o diálogo entre as partes.

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